O que acontece quando você adota o Veganismo

O que acontece quando você adota o Veganismo

  • Lucas Alvarenga
  • Lucas Alvarenga

A percepção geral que se tem do Veganismo, infelizmente, ainda é equivocada. O Veganismo vai muito além da dieta e de hábitos de consumo. Quando se abraça e pratica o Veganismo, uma série de conceitos começa a desmoronar na nossa cabeça e consegue-se enxergar o mundo a partir de uma nova perspectiva, com uma facilidade maior em se colocar no lugar do outro e compreender suas dores e necessidades.

A grande “virada” ocorre quando os valores morais deixam de se restringir a único foco e passam a ter uma abrangência coletiva. Nossas ações mais simples podem ter consequências desastrosas e, por isso, temos responsabilidade moral por tudo que provocamos. O Veganismo expõe isso de forma clara, mostrando que se nossas ações tiverem motivações egocêntricas, inevitavelmente estaremos provocando sofrimento a outras pessoas e/ou animais e/ou mesmo danos ao ecossistema local e planetário. Nossas escolhas acabam por influenciar, inclusive, as futuras gerações humanas e não humanas que deverão habitar este planeta.

Em outras palavras, com o crescimento do Veganismo no mundo, podemos prever que, no futuro próximo, a educação primária não ensinará as crianças a priorizarem fatores de sucesso pessoal competitivo, como tirar a maior nota ou chegar em primeiro lugar nas Olimpíadas, mas sim a cultivar a responsabilidade e a consciência moral coletiva e a entender a necessidade do bem estar de todos. Isso é mergulhar no Veganismo. Transcender a questão dos desejos pessoais por um bem maior e mais justo.

Começar a praticar o Veganismo significa absorver naturalmente algumas questões:

Os animais são sencientes e possuem valor moral.

Todos os animais do planeta, inclusive os humanos, possuem o mesmo interesse pela vida. Todos querem viver livres.
Hoje em dia, estamos tratando animais como objetos e nos distanciando da humanidade que deveríamos ter. O Veganismo entende que os animais possuem seus próprios interesses e que não faz sentido explorá-los para a satisfação de qualquer interesse pessoal nosso.

Humanos não precisam consumir carne para viver e para ter uma saúde plena.

Há muitos mitos sobre a necessidade de alimentos de origem animal. Infelizmente esses mitos ainda estão entranhados em uma cultura de décadas de milênios, que hoje não mais se sustenta nem ambiental, nem social nem moralmente. Veja aqui alguns argumentos fracos usados para tentar justificar o consumo de carne.

Nossos ancestrais dependiam da caça para sobreviver em locais em que não existia cultivo de alimentos ou onde os alimentos vegetais eram escassos. 

Hoje, felizmente, não temos mais este problema. É importante diferenciar o consumo de carne de hoje do consumo de carne naqueles tempos também sob o aspecto da exploração. Diferentemente dos animais carnívoros, o homem, além de não precisar de carne para viver, explora animais domesticados e os submete a toda uma vida miserável, do nascimento a uma morte cruel, covarde e prematura.

Começamos a entender melhor o problema de grupos oprimidos.

Toda exploração se baseia na visão de um determinado grupo (opressor) que se julga superior a outro (oprimido). Essa perspectiva fica muito mais clara a partir do Veganismo. A questão de grupos opressores e grupos oprimidos desmorona a partir do momento em que cultivamos uma cultura de valores baseada no Altruísmo. A adoção do Veganismo, em sintonia com essa nova mentalidade, resolve todos os problemas de preconceito, além do especismo.

Consumir animais não é o normal.

O consumo de carne é unicamente uma questão cultural, ultrapassada e sustentada por uma indústria bilionária. Nós já temos leis para maus tratos de animais de estimação, mas os animais de abate são excluídos dessas leis por interesses financeiros. O dinheiro não pode e não deve continuar acima de princípios morais e do bem estar coletivo.

O consumo de animais não deve ser considerado uma escolha pessoal.

O termo “escolha pessoal” só se aplica quando o autor da escolha é o único afetado. Portanto, uma escolha que afeta positiva ou negativamente outras pessoas ou estruturas não pode ser considerada uma prerrogativa pessoal. Nada que promova a violência contra outrem deve ser considerado como escolha pessoal. Nada que exija a exploração de algo ou alguém deve ser considerado como escolha pessoal, assim como explorar um escravo jamais deveria ter sido considerado uma escolha pessoal.

O consumo de animais é o maior responsável pelos maiores problemas do planeta.

Os maiores problemas ambientais do mundo estão diretamente ligados ao consumo de animais. Falta d’água, poluição de rios, geração de lixo, processos de desertificação do solo, ineficácia na geração de alimento, desmatamento, extinção de espécies em massa, áreas mortas nos oceanos e aquecimento global. Essas informações são como um tapa na cara para quem cresceu em uma estrutura que faz de tudo para esconder esses fatos.

A paz passa pelo Veganismo.

Animais não humanos são seres sencientes, dotados de consciência e estruturas emocionais complexas. Enquanto tratarmos seres sencientes como objetos e enquanto praticarmos a violência e não a compaixão, a paz não prevalecerá. Os maiores problemas do homem, a corrupção e a guerra, são baseados em valores morais egocêntricos. Para agirmos na raiz desses problemas, precisamos largar os valores egocêntricos (como é o caso do antropocentrismo) e abraçar valores altruístas. Altruísmo e veganismo são indissociáveis.

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